15/04/2009

O vinho e as mulheres

As mulheres são mais sensíveis do que os homens ao ingerirem a mesma quantidade de álcool. A taxa de álcool no sangue é sempre superior à dos homens.
O corpo masculino contém cerca de 70% de líquidos ao contrário das mulheres que só atinge os 65%. Uma mulher e um homem com o mesmo peso que bebam o mesmo volume de álcool são afectados de forma diferente. Esse volume de álcool dilui-se mais nos homens porque têm mais água no seu organismo. Por outro lado, o homem costuma ser mais pesado do que a mulher. Esse facto aumenta o volume de proporção do líquido no seu corpo. Eis a justificação para as figuras que as mulheres costumam fazer quando bebem uns copos!

Claro que existem algumas excepções...

Artur Mesquita

4 comentários:

  1. Dizes isso porque não conheces umas amigas que eu tenho... lool

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  2. O problema é que os homens bebem numa proporção superior á da mulher. O que mais me irrita é o não "apreciação" do néctar e suas castas.
    Fiquei piurso quando há uns anos, eu e um amigo meu num jantar com as respectivas esposas, pedimos um Pera Manca Tinto, e elas dessa vez quiseram beber vinho...pérolas a ...

    abraço

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  3. Metabolismo do álcool
    O fígado é um órgão particularmente susceptível aos danos provocados pelo álcool pois ele é o principal sítio de metabolização desta substância no organismo.
    Além do fígado ser um dos maiores órgãos do corpo humano, ele apresenta a capacidade de regenerar-se. Consequentemente, os sintomas relacionados com a lesão hepática provocada pelo álcool podem não aparecer até que esta seja realmente extensa. No sexo masculino, esta condição pode ser alcançada pela ingestão diária durante pelo menos 20 anos de aproximadamente 2 litros de cerveja, 1 litro de vinho ou 240 ml de bebidas destiladas. Nas mulheres, a quantidade necessária para produzir prejuízos semelhantes é de apenas 1/4 a 1/2 deste montante 3
    A maior parte do álcool ingerido é metabolizada no fígado pela acção da enzima álcool desidrogenase (ADH). Esta enzima converte o álcool em acetaldeído, que mesmo em pequenas concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído desidrogenase (ALDH), por sua vez, converte o acetaldeído em acetato. A maior parte do acetato produzido, atinge outras partes do organismo pela corrente sanguínea onde participa de outros ciclos metabólicos.
    O sistema de enzimas microssomais oxidativas (SEMO) pertence à família dos citocromos e compreende um sistema alternativo de metabolização do álcool no fígado. O SEMO transforma o álcool em acetaldeído pela acção dos citocromos P450 2E1 ou CYP2E1 presentes nas células hepáticas.
    As mulheres desenvolvem cirrose com doses acumuladas de álcool ao longo da vida muito menores do que os homens, existindo duas teorias para explicar esta diferença:
    - A primeira teoria envolve o ADH gástrico, ou seja, além do fígado o ADH pode ser encontrado no estômago e no intestino. Verificou-se que as mulheres apresentam uma menor actividade do ADH no estômago do que os homens, fazendo que com grande parte da metabolização do álcool, nas mulheres, ocorra no fígado. Desta forma, uma grande percentagem do álcool ingerido nas mulheres atinge o fígado predispondo-as a lesões hepáticas.
    - Outra teoria, diz respeito a uma diferença no metabolismo de ácidos gordos que poderia contribuir para um dano hepático acelerado nas mulheres. O consumo crónico do álcool inibe a maior via de metabolização dos ácidos gordos no fígado, acumulando-os e podendo provocar lesões hepáticas. A activação de vias alternativas para a metabolização dos ácidos gordos poderia prevenir a formação destas lesões, contudo, foi demonstrado em ratos que esta activação é bem menos eficaz nas fêmeas.
    A este respeito escreve Dráuzio Varella:
    Mulheres que ingerem uma bebida alcoólica por dia (ou seja 1 copo de vinho = 1 lata de cerveja = 50 ml de bebida destilada), apresentam menor probabilidade de morte por doença cardiovascular. Esse benefício também é válido para as mulheres diabéticas.

    O metabolismo do álcool nas mulheres não é igual ao dos homens. Se administrarmos para dois indivíduos de sexos opostos a mesma dose ajustada de acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais elevados no sangue. A fragilidade aos efeitos embriagadores do álcool no sexo feminino é explicada pela maior proporção de tecido gorduroso no corpo das mulheres, por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual e por diferenças entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase alcoólica (enzima crucial para o metabolismo do álcool).

    Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crónico e suas complicações médicas. Diversos estudos documentaram os benefícios do consumo moderado de bebidas alcoólicas, tanto em homens como em mulheres. A margem de segurança entre a quantidade de álcool benéfica e a que traz prejuízos à saúde das mulheres, entretanto, é estreita e nem sempre fácil de delimitar:
    Doenças do Fígado:
    Num dos estudos mais completos sobre o tema foram acompanhadas 13 mil pessoas durante mais de 12 anos. Nele foi possível demonstrar:
    1. para todos os níveis de consumo alcoólico, as mulheres correm mais risco de desenvolver doenças hepáticas do que os homens;
    2. para os mesmos níveis de ingestão, o risco de cirrose nas mulheres é três vezes maior;
    3. mulheres que tomam de 28 a 41 bebidas alcoólicas por semana, apresentam risco de cirrose 16 vezes maior do que o dos homens abstémios.

    Conclusão: Iguais mas diferentes...

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  4. Obrigado por mais este ensinamento!
    Abraços
    AM

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