26/03/2009

Relação dos objectos à venda por motivos de atestada recessão!

Há, meus amigos, muita coisa que não faz falta e que nós - seja por ganância, seja por inércia - teimamos em manter. Sótãos, arrecadações, despensas, garagens, armazéns e ministérios diversos estão atulhados de inutilidades, algumas por estrear, outras já em mau estado, mas todas partilhando essa característica desagradável que têm as coisas que um dia nos impingiram, apesar de, na realidade não necessitarmos delas para absolutamente nada.

Mão amiga, fez-me chegar uma lista não exaustiva desse tipo de coisas que poderíamos - numa espécie de garden sales - pôr à venda por desprezarmos, não ligarmos ou não nos terem préstimo. Ficando, ao menos, a esperança de que algum passante lhes encontre utlilidade e lhes dê destino, ainda que a baixo preço.

Naturalmente, não me cabe a mim - velho, relho e quase acabado observador da coisa pública - valorar a lista. Deixo, pois esse trabalho ao cuidado de cada um.

E posto que a introdução já vai longa, eis a lista:
  • 10 ilhas no Atlântico em bom estado (salvo a terceira que dá uns dinheiros que vêm da Base das Lajes);

  • Uma impressionante colecção de gravuras paleolíticas, património da Unesco, na Foz do Côa;

  • Um porto de águas profundíssimas e um complexo industrial de gabarito na vila de Sines;

  • Uma paisagem protegida na Costa Vicentina;

  • O doutoramento do Doutor Francisco Louçã;

  • Um ministro da agricultura quase sem uso e com um Proder de muitos milhões ainda por distribuir;

  • Um estudo para um aeroporto na Ota;

  • 500 mil apoiantes do deputado Manuel Alegre;

  • 1000 km de auto-estrada excedentes e uma linha de TGV para o Porto e outra, ainda, para Madrid;

  • Uma líder da oposição, um pouco usada, mas ainda com muito préstimo na área das Finanças;

  • Um conjunto de reformas da CGD que dá para alimentar todas as famílias dos eleitores do Distrito de Beja;

  • Uma colecção (Berardo) de arte moderna que vai valer imenso, mas lá para o ano 2018;

  • A má-disposição do Dr. Luis Filipe Menezes;

  • Um treinador do Benfica que vai aprender alemão e um treinador da selecção que ainda não aprendeu nada;

  • O recheio das casas de três ou quatro banqueiros em dificuldades;

  • Um programa de Governo, um congresso do PS e umas bizarras bandeiras vermelhas com um punho;

  • O canal Benfica;

  • As promessas de recuperação económica;

  • Todos os livros, todos os discos e todas as obras de arte que o Dr. Santana Lopes foi apreciando ao longo da sua vida fecunda;

  • O próprio Dr. Santana Lopes;

  • Um conjunto de desmentidos da Presidência da República;

  • Os óculos do Dr. Victor Constâncio;

  • O curriculum académico (e a hagiografia completa) do Engº Sócrates;

  • Um conjunto de jovens da direcção do CDS/PP;

  • O sistema eleitoral;

  • O Dr. Santana Lopes (penso que há aqui, talvez não inadvertidamente, uma repetição).

E pronto. São estas as coisas que Portugal pode vender sem se tornar mais pobre e com certa possibilidade de arrecadar umas massas, assim arranje uns incautos.

Comendador Marques de Correia

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